Sem querer deletei todo o antigo blog. O Quadrante Delta ficou ainda mais perdido no espaço... Através deste novo veículo retorno àquelas paragens. Refaço o caminho, reconheço o trajeto e, embora não possa recuperar o que já está perdido, o quadrante ainda reserva mundos inexplorados. Boa viagem!

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Relato Rápido Parto Iuri - Fresco de Ocitocina!


Segue abaixo um breve, corrido, fresco e ocitocinado relato do parto do Iuri escrito 18 horas após o nascimento. Sem tanta precisão mas com a emoção ainda à flor da pele.

Na terça às 5h45 eu tive um sangramento, parecido com menstruação, avisei
Marília e Betina que falaram pra eu tocar a vida normal. A única coisa que senti
até às 18h foi uma coliquinha tipo menstrual. De manhã era quase imperceptível,
depois de umas horas passou a ser "chatinha" mas não dolorida e aí percebi que
ela ia e vinha.

Seguindo a sugestão da Marília eu e o marido fomos ao cinema à noite e durante
essa saída as cólicas começaram a ficar levemente doloridas, mas conseguia
andar, falar, ver o filme. Pensei: Será?

Parecia que estavam vindo periodicamente mas não quis contar pra não ficar
ansiosa. Resolvi tomar um banho na volta pra casa para ver se paravam.

Depois do banho por volta da meia noite elas apertaram bem. O intervalo era
irregular mas ficava entre 2 e 5 minutos, as vezes menos e duravam de 30 a 40
segundos. Muito rápido eu comecei a não conseguir mais falar durante as
contrações e passei pro marido toda a responsabilidade de contatos com Marilia,
Betina e o que mais fosse preciso.

Tentei andar, tentei sentar, tentei deitar, tentei cócoras, mas nada era bom. Me
acertei ajoelhada no chão no pé da cama onde fiquei (acho) algumas horas até a
Marília chegar. Por várias vezes perdi a calma, me apavorei, não conseguia
respirar, gritava um grito agudo que sabia que não era bom sinal, não estava
conseguindo me concentrar. O marido bem que tentou mas não conseguia me ajudar.
Pedi pra chamar a Marília, pra ela vir logo. Sabia que era só o começo e isso me
assustava, precisava que alguém me colocasse nos eixos.

Agora sei que ela veio logo, mas na hora parecia uma eternidade. Ela chegou e
foi me acalmando dentro do possível. Tentamos a bola mas não me adaptei. Logo
fomos pro chuveiro. Tentei sentar num banquinho mas não gostei, de novo fiquei
ajoelhada no chão do box (permaneci de joelho toda a fase das contrações)

A água ajudou muito, conseguia me concentrar mais, vocalizar melhor, pensava no
colo se abrindo e gritava (coitados dos vizinhos que são uns amores, hj já
conheceram o Iuri e disseram que ficaram torcendo esperando ouvir seu chorinho).

Ao passo que eu conseguia melhorar a concentração as contrações pioravam,
ficavam mais fortes e longas e eu tinha que reaprender, me adaptar. Várias vezes
parecia que não ia aguentar muito mais tempo. Me senti bem cansada.

Não sei quanto tempo fiquei nessa. Não sabia qto faltava. Esperávamos a Betina
para saber o andamento. Quando ela chegou me examinou e disse que estava tudo
ótimo, é lógico que fiquei tentando decifrar isso, até ouvir ela dizer pro
pessoal que nem dava tempo de montar a banheira e entendi que ele nasceria logo.

Mais contrações, quatro apoios, mãos da Marília me dando força, volta a Betina e
alguma hora me oferece a banqueta de cócoras. Eu sentei nela debaixo do chuveiro
e era um pouco difícil apoiar-se mas tudo bem.

O marido sentou num banco mais alto atrás de mim e me apoiei nele. Mudamos para
o chuveirinho pq o chuveiro me irritou. As contrações ficaram diferentes e mais
espaçadas, mas fortes, não era mais no mesmo lugar, era mais força que dor.
Fiquei mais acordada.

Ela me examina e vê que ele está perto, ponho a mão e sinto a cabeça menos de um
dedo pra dentro. Mais contrações e força. Tive dificuldade de relaxar e deu mais
certo empurrar. Ele vinha e voltava um pouco porque o fôlego acabava.

Na última senti o períneo esticando e lembrei do epi-no. Quando ardeu tudo e
achei que era o máximo esticou ainda um monte a mais. Betina sugeriu que fosse
devagar mas eu não conseguia e pensei: "Vou me rasgar! Que rasgue!" O fôlego
veio não sei da onde e eu consegui emendar várias forças. Empurrei. A cabeça
saiu direitinho (mesmo ele tendo estado com o dorso a direita até o final) e
senti o giro, já veio o ombro e o corpinho. A Betina pegou mas eu logo eu já
estava puxando ele pra mim enquanto ela tentava desembaraçar o cordão. O marido
chorava. Nosso Iuri veio olhando tudo, com as perninhas e bracinhos fortes,
lindo!


Ah e não tive laceração, mesmo chutando o balde na hora do expulsivo. Santo epi-no!

Bem, ficou grande né? Quero escrever ainda um melhor com meus sentimentos na
hora e algumas reflexões e todos os agradecimentos necessários, mas preciso ver
o pequeno aqui que cansou do sling por hora. Ainda não consegui amamentar,
amanhã o Cacá vem vê-lo e espero progredir.

Por enquanto fico aqui olhando apaixonada esse par de olhinhos que olham tudo.
Valeu gente!


Paula do Iuri (PD, 18 horas - que não me deixou assinar 40 semanas pq nasceu
antes.)

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